Crianças são cada vez mais visadas devido à sua religião ou comunidade, disse diretor da Unicef
Pelo menos 133 menores foram vítimas desses crimes nos últimos dois
meses. A RCA passa por uma crise desde março do ano passado, quando a
coligação Séléka, de maioria muçulmana, derrubou o governo do país
majoritariamente cristão. O caso desencadeou uma espiral de violência,
que já deixou milhares de mortos e de deslocados.
“As crianças são cada vez mais visadas devido à sua religião ou
comunidade”, disse o diretor regional do Unicef para a África Central e
Ocidental, Manuel Fontaine.
Em comunicado divulgado na página do Unicef na internet, Fontaine
explica que a violência na República Centro-Africana tem se
intensificado na capital, Bangui, e no Oeste do país. De acordo com ele,
os confrontos entre milícias Antibalaka, de maioria cristã, e
ex-combatentes Séléka, nas últimas semanas, têm revelado "níveis sem
precedentes de violência contra crianças”.
“Pelo menos 133 crianças foram mortas ou mutiladas, algumas de modo horrível, em dois meses”, informa o Unicef.
Segundo o comunicado, foram verificados casos de crianças
intencionalmente decapitadas. A organização diz ter conhecimento de
outros casos em que crianças, feridas em tiroteios, ficaram isoladas e,
quando conseguiram chegar a um hospital, tiveram de ser amputadas.
O Unicef apela ao governo da RCA, à comunidade internacional e a
líderes religiosos e civis do país que ajudem a acabar com a violência.
Para o fundo da ONU, os graves crimes contra crianças têm de ser
investigados e os responsáveis, punidos. “Não há futuro para um país
onde os adultos podem atacar violentamente crianças inocentes com
impunidade”, disse Fontaine.
Fonte: Portas Abertas / com informações da Agência Lusa
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