Apesar da perseguição, Igreja na China continua em crescimento
Quando Xi Jinping e Li Keqiang assumirem oficialmente como presidente e primeiro-ministro da China, respectivamente, em março do próximo ano, o que muda para milhões de cristãos que fazem parte do movimento da igreja doméstica no país? Esta questão, a qual muitos têm levantado, não pode ser ignorada pelo novo sistema político chinêsApesar de os nomes dos novos líderes chineses terem sido anunciados oficialmente este mês, esse processo, na verdade, começou há cinco anos, quando Xi e Li foram ungidos como os sucessores de Hu Jintao e Wen Jiabao, nessa ordem. Todos os anos em decorrência serviram de preparação para que, no tempo determinado, eles possam assumir os postos da liderança do segundo país mais poderoso do mundo.
Há pouco espaço para qualquer mudança
significativa repentina na política da China. O que mais se espera de
uma nova liderança é que mantenha a continuidade, já que todas as
alterações políticas essenciais - com planejamento de longo prazo - são
tomadas por consenso, e, portanto, nenhum indivíduo tem o poder de tomar
uma decisão importante isoladamente.
No que diz respeito à liberdade religiosa, é
provável que a atitude do governo chinês quanto ao crescimento "sem
controle" de igrejas casa se mantenha inalterada nos próximos anos. O
movimento é composto por igrejas "não-oficiais" que operam fora das
áreas controladas pelo governo, como o Movimento Patriótico das Três
Autonomias e o Conselho Cristão da China.
Isso explica porque a Igreja Shouwang - que
começou como um estudo bíblico caseiro, em 1993, cresceu e tornou-se uma
das maiores congregações casa em 2007 - está sendo perseguida pelas
autoridades. A igreja possui um piso na Torre de Tecnologia e Daheng
Science na área noroeste de Beijing Zhongguancun (distrito tecnológico
da China), mas as autoridades impediram o uso da propriedade para
cultos. A igreja tem se reunido em um parque por mais de um ano, apesar
de esporádica prisão e detenção de seus membros durante os serviços.
No início deste mês, sete cristãos de uma igreja doméstica na província de Henan foram acusados de participar de atividades de "Shouters"
("Gritadores", tradução livre), um grupo fundado em 1960, nos Estados
Unidos, que foi proibido, em 1980, pelo governo chinês, de cultuar a
Deus, segundo a organização China Aid ("Ajuda à China", tradução livre).
Autoridades se opõem até mesmo às igrejas
oficiais que procuram resistir aos movimentos do governo. Recentemente
foi negada a permissão para um protesto público contra o despejo
planejado, supostamente ilegal, e a demolição de uma propriedade da
igreja pelos desenvolvedores imobiliários, de acordo com informação da China Aid em 26 de novembro.
Ryan Morgan, gerente regional para o Sudeste Asiático do International Christian Concern,
disse: "Nossa única escolha é adorar de forma ilegal e enfrentar a
ameaça de assédio, detenção, tortura e prisão. Dezenas de milhões de
cristãos na China sofrem com isso hoje. No entanto, as igrejas chinesas
parecem ser fortes o suficiente para continuarem a crescer tanto em
número quanto em profundidade espiritual em face à perseguição."
Informações: International Christian Concern
Tradução: Ana Luíza Vastag
Fonte: Portas Abertas
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